O Conselho de Articulação Social do Distrito Federal e Entorno – CAS-DF/E, representado pelos membros de sua diretoria executiva: Vicentina Gomes, Eduardo, Paiakan e Luiz Carlos e pelo presidente do conselho, Rêmulo Cleber, foram até o Engenho das Lages, sábado dia 21/01, conversar com o Sr. Davi que é líder comunitário e conselheiro do orçamento participativo há 15 anos. Conhecedor da região como poucos, Davi não só apresentou a área como falou das demandas locais.
A equipe do CAS-DF encontrou dificuldades em trafegar pela principal via de acesso do Gama ao Engenho das Lages, isso porque a DF 290, além de diversos buracos, conta com inúmeros recapeamentos desnivelados que complicam ainda mais a situação da via. Diferente de localizar a residência do Sr. Davi, que foi prontamente apontada pela vizinhança.
A comunidade do Engenho das Lages é mais velha que Brasília, acolhe cerca de 2500 famílias e ainda sofre com a falta de infraestrutura básica que, apesar de encontrar-se às margens da movimentada BR 060, não possui rede de esgoto e nem asfalto. O posto policial construído pela própria comunidade, que dava mais segurança às famílias, foi fechado há pouco mais de 2 meses e a educação alcança apenas o ensino fundamental II. “Para cursar o ensino médio regular, nossos jovens precisam ir ao Gama ou Taguatinga” afirma Davi. O transporte público também não colabora. São poucas linhas que atendem aos moradores a cada 4 horas e o último horário saindo do Gama é às 18h. “Perdendo esse ônibus tem que dormir lá” alerta Davi. Dizendo que esse é um dos maiores problemas da comunidade, enquanto andava pelas ruas não asfaltadas com a equipe do CAS-DF/E.
O Sr. Davi se emociona ao mostrar o local onde o pequeno Jhone Vinicius, de apenas 6 anos, perdeu sua vida. Davi é amigo da família e também participou do protesto realizado com o objetivo de obter melhorias para sua e as demais famílias do Engenho das Lages.
A área onde ocorreu a morte do jovem Jhone fica há poucos metros da casa de Davi. Trata-se da construção de um viaduto que teve sua obra embargada há cerca de 3 anos. As casa adjacentes foram evacuadas após enchente e no viaduto se observam várias manifestações. Segundo Davi a Administração do Gama encaminhou caminhões que recolhem a água da chuva, a obra foi retomada e a previsão de conclusão é de 60 dias. Além da Administração do Gama o DNIT também tem colaborado bastante com a comunidade. Entretanto a CAESB ainda deixa a desejar já que duas caixas instaladas no local despejam grande quantidade de água a cada 30 horas. Segundo moradores, a água despejada pelas caixas da CAESB segue pela margem da rodovia e sem escoamento ou rede de captação de águas pluviais ela se acumula em uma vala próxima às obras do viaduto onde a criança morreu, assim representando riscos à comunidade. O CAS-DF/E vai acompanhar os trabalhos realizados em Engenho das Lages e já planeja atividades sociais naquela região. Interessados em colaborar poderão contatar o CAS-DF/E e saber o que pode ser feito.
